sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Tendo A Lua

Os Paralamas Do Sucesso

Eu hoje joguei tanta coisa foraEu vi o meu passado passar por mimCartas e fotografias gente que foi embora.A casa fica bem melhor assimO céu de ícaro tem mais poesia que o de galileuE lendo teus bilhetes, eu penso no que fizQuerendo ver o mais distante e sem saber voarDesprezando as asas que você me deuTendo a lua aquela gravidade aonde o homem flutuaMerecia a visita não de militares,Mas de bailarinosE de você e eu.Eu hoje joguei tanta coisa foraE lendo teus bilhetes, eu penso no que fizCartas e fotografias gente que foi embora.A casa fica bem melhor assimTendo a lua aquela gravidade aonde o homem flutuaMerecia a visita não de militares,Mas de bailarinosE de você e eu.Tendo a lua aquela gravidade aonde o homem flutuaMerecia a visita não de militares,Mas de bailarinosE de você e eu.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Difícil

Anda difícil colocar as idéias no papel, anda difícil ter idéias. Anda difícil explicar os sentimentos pra cabeça, e ter pensamentos. Anda difícil se concentrar. Anda difícil, tudo anda difícil. É complicado de mais achar soluções para os problemas . É um ato covarde deixar tudo para amanha. Anda tão drfícil, que o amanha não tem mais a certeza de chegar.
O espírito pensa, diferente do que sente e faz tudo ao contrario. O corpo tem necessidades de papar um pouco para não fazer nada, ou de fazer um pouco para não ficar parado . Mais eles não entram em acordo. Um quer trabalhar sem parar , outro quer descanso infinito. Não há cinza para eles, sempre é preto ou branco. E ela no meio disso não sabe quem escutar, não sabe mais se consegue escutar. O desejo atropela a vontade, a porta abre e fecha sem parar. Ela não quer ir , mais não da pra ficar. Ela precisa ficar. Esta perdida no caminho certo.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

"Quando a morte conta uma história, você pára para ouví-la".

Amenina que roubava livros - Markus Zusak

MORTE E CHOCOLATE
Primeiro, as cores. Depois, os humanos. Em geral, é assim que vejo as coisas. Ou, pelo menos, é o que tento.

• EIS UM PEQUENO FATO •
Você vai morrer.

Com absoluta sinceridade, tento ser otimista a respeito de todo esse assunto, embora a maioria das pessoas sinta-se impedida de acreditar em mim, sejam quais forem meus protestos. Por favor, confie em mim. Decididamente, eu sei ser animada, sei ser amável. Agradável. Afável. E esses são apenas os As. Só não me peça para ser simpática. Simpatia não tem nada a ver comigo.

• REAÇÃO AO FATO SUPRACITADO •
Isso preocupa você?
Insisto — não tenha medo.
Sou tudo, menos injusta.
— É claro, uma apresentação.
Um começo.
Onde estão meus bons modos?
Eu poderia me apresentar apropriadamente, mas, na verdade, isso não é necessário. Você me conhecerá o suficiente e bem depressa, dependendo de uma gama diversificada de variáveis. Basta dizer que, em algum ponto do tempo, eu me erguerei sobre você, com toda a cordialidade possível. Sua alma estará em meus braços. Haverá uma cor pousada em meu ombro. E levarei você embora gentilmente.
Nesse momento, você estará deitado(a). (Raras vezes encontro pessoas de pé.) Estará solidificado(a) em seu corpo. Talvez haja uma descoberta; um grito pingará pelo ar. O único som que ouvirei depois disso será minha própria respiração, além do som do cheiro de meus passos.
A pergunta é: qual será a cor de tudo nesse momento em que eu chegar para buscar você? Que dirá o céu?
Pessoalmente, gosto do céu cor de chocolate. Chocolate escuro, bem escuro. As pessoas dizem que ele condiz comigo. Mas procuro gostar de todas as cores que vejo o espectro inteiro. Um bilhão de sabores, mais ou menos, nenhum deles exatamente igual, e um céu para chupar devagarinho. Tira a contundência da tensão. Ajuda-me a relaxar.
• UMA PEQUENA TEORIA •
As pessoas só observam as cores do dia no começo e no fim, mas, para mim, está muito claro que o dia se funde através de uma multidão de matizes e entonações, a cada momento que passa.
Uma só hora pode consistir em milhares de cores diferentes.
Amarelos céreos, azuis borrifados de nuvens. Escuridões enevoadas.
No meu ramo de atividade, faço questão de notá-los.

Já que aludi a ele, o único dom que me salva é a distração. Ela preserva minha sanidade. Ajuda-me a agüentar, considerando-se há quanto tempo venho executando este trabalho. O problema é: quem poderia me substituir? Quem tomaria meu lugar, enquanto eu tiro uma folga em seus destinos-padrão de férias, no estilo resort, seja ele tropical, seja da variedade estação de inverno? A resposta, é claro, é ninguém, o que me instigou a tomar uma decisão consciente e deliberada — fazer da distração minhas férias. Nem preciso dizer que tiro férias à prestação. Em cores.
Mesmo assim, é possível que você pergunte: por que é mesmo que ela precisa de férias? De que precisa se distrair?
O que me traz à minha colocação seguinte.
São os humanos que sobram.
Os sobreviventes.
É para eles que não suporto olhar, embora ainda falhe em muitas ocasiões. Procuro deliberadamente as cores para tirá-los da cabeça, mas, vez por outra, sou testemunha dos que ficam para trás, desintegrando-se no quebra-cabeça do reconhecimento, do desespero e da surpresa. Eles têm (orações vazados. Têm pulmões esgotados.
O que por sua vez, me traz ao assunto de que lhe estou falando esta noite, ou esta manhã, ou seja lá quais forem a hora e a cor. É a história de um desses sobreviventes perpétuos uma especialista em ser deixada para trás.